Fim de ano
É, o ano tá acabando.2007 já tá ali na esquina só esperando mais algumas horas pra chegar.Se a gente parar pra pensar no que é possível se fazer num período de um ano, vamos ter a nada agradável sensação de que poderíamos ter feito mais... poderíamos ter feito melhor... bom, melhor parar por aqui, que já ta pesando a consciência e... ah, deixa pra lá... C’est la vie, como diria algum francês mais conformista.
Mas o mais insuportável nesse período de fim de ano é escutar a mesma ladainha de sempre.Quem nunca ouviu a mais que batida frase “Ano novo, vida nova” à exaustão durante esse período?Como assim vida nova?!Quer dizer que após uma fração de segundos o camarada vai mudar a sua vida radicalmente, como num passe de mágica, só porque um dia alguém muito infeliz convencionou relacionar o fim do ano a uma mudança de atitude .Aliás, atitude é a palavra da moda.Pode perceber como essa palavra tem sido usada em muitas campanhas publicitárias.”Tome uma atitude, tome guaraná Antarctica!” ou mesmo “Ceará Music: Paz, amor e atitude” são alguns exemplos disso.Em suma, é uma sucessão de clichês sem graça e sem fim.
Fim de ano tem sempre dessas coisas mesmo.Não adianta eu ficar esperneando contra isso... é uma tradição da sociedade repetir as mesmas pérolas todos os anos.Exemplo mais que clássico disso é quando a família toda se reúne no Natal... conversa vai, conversa vem, alguém lembra que a sobremesa da ceia é um pavê.Pronto.É como se fosse algo impossível de se controlar... aquele teu parente mais espirituoso – pra não dizer outro termo que é impróprio pro horário - , nesse momento, com a mais absoluta certeza, vai proferir a maldita frase:”É pavê ou pra comer?!”.Depois disso, alguém mais sem graça que a infame piada vai eventualmente rir e repetir a pérola pra outra pessoa que tenha perdido tal momento sublime da reunião familiar.Pois é... nessas horas o melhor a fazer é ficar calado a fim de não criar atritos na família.Outro momento clássico de final de ano é pular as sete ondinhas.Quer coisa mais sem sentido – pra não dizer retardada – que o sujeito se dispor a, no momento em que dá meia noite, pular sete ondas por algum motivo que sabe-se lá qual é.É imprescindível pra outras pessoas comer sopa de lentilhas, porque alguém num dia de muita lombra reparou que as lentilhas se pareciam com moedas.E só.Bastou isso pra que todos os anos os supermercados passassem a reforçar seu estoque de lentilhas a fim de que alguns imbecis continuassem a acreditar que lentilhas = riquezas no futuro.Essa crença é tão lógica quanto acreditar que comer formiga é bom pra visão.
Bom – parafraseando o Machado hehe - nem sei quantas pessoas vão ler esse blog... se uma, duas ou mesmo milhões, no caso dele estourar na Internet – sim, eu devo considerar essa possibilidade, afinal, como diriam os marqueteiros da Nike: “Impossible is nothing” -, mas o que vale é que eu to gostando muito de escrever... nunca tinha tido esse hábito, e confesso que ele tem me servido como um bom passatempo nos momentos mais críticos do meu ócio diário.É isso.Desejo feliz ano novo às criaturas que vierem a ler esse post irrelevante, fruto da mais absoluta falta do que fazer.Sejam felizes!
P.S:. E sim!A foto tem tudo a ver com o momento da virada (no bom sentido) do ano.
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